Setor de mineração investirá 20 bilhões de reais até 2015, garante Gabrielli
Até 2015, empresas privadas do setor de mineração devem investir na Bahia R$ 20 bilhões, gerando emprego e renda, principalmente, na região do semiárido. O setor mineral baiano, que é estratégico para o Estado, é o tema do programa Encontro com Gabrielli desta semana, que é apresentado pelo economista, secretário do Planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
Ele explica que o setor mineral é importante para a Bahia por vários motivos. O primeiro deles é por sua movimentação financeira, tanto na fase de pesquisa como na de implantação dos empreendimentos de produção mineral.
Ressaltando que os recursos não virão do governo, mas sim da iniciativa privada, Gabrielli observa que o investimento é, inicialmente, de grande risco, “até que as jazidas sejam descobertas, porque depois a extração do minério vai cobrir toda a aplicação feita pelos investidores”.
Outro aspecto apontado como estratégico é o fato da Bahia possuir minerais chamados de terras-raras. Esses elementos são essenciais na fabricação de eletrônicos de alta tecnologia, como tablets, telas de LCD e motores elétricos.
Contudo, ressalva Gabrielli, na Bahia os mineradores não estão interessados apenas em terras-raras. “O minério de ferro deverá ser o principal bem mineral a ser produzido, além de ouro, vanádio e bauxita”, antecipa.
Hoje, de acordo com o Cadastro do Produtor Mineral, existem 340 empresas atuando no estado. Somente este ano, entre janeiro e julho, o setor alcançou R$ 1,4 bilhão em negócios, um crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. “Essa tendência de crescimento tem um motivo: investimento em pesquisa”, esclarece o secretário do Planejamento.
PRODUÇÃO - A Bahia tem 61% do seu território mapeado e é, hoje, o quinto maior produtor mineral do Brasil, caminhando rapidamente para a quarta posição. Do solo baiano são extraídos 43 minerais diferentes em 134 municípios, com destaque para Itagibá (com produção de níquel), Brumado (magnésia calcinada), Jaguarari (cobre) e Jacobina (ouro).
Além do consumo interno, os minerais são exportados para vários países. O níquel, por exemplo, é comprado pela Finlândia, enquanto o ouro é adquirido pela Suíça, Coréia do Sul e Estados Unidos. As rochas ornamentais, por sua vez, têm a maior diversidade cromática do país e são vendidas para a China, Itália e Bélgica, entre outros países.
“O setor mineral gera muita riqueza, mas é importante ter cuidados especiais com o meio ambiente e evitar a contaminação do solo e da água durante o processo de extração”, alerta Gabrielli. “É necessário também planejar o desenvolvimento de atividades além da mineração, nas regiões onde estão as jazidas, porque elas, um dia, vão acabar, e é preciso diversificar as economias locais”, completa.
Gabrielli destaca ainda a importância da logística, uma vez que os elementos, em sua maioria, exigem boas condições de estradas e ferrovias para serem transportados. Nesse aspecto, a Ferrovia Oeste-Leste cumprirá um importante papel, pois transportará minério de ferro da região de Caetité até o Porto Sul, próximo a Ilhéus.